domingo, 26 de agosto de 2012

these are hard times for dreamers

vá-te embora, agosto, enquanto ainda há tempo de ser salvo o que tu estregaste. vá e que volte doce o ano que vem.


dois meses e muitas noites em claro, aos prantos, gemendo e suspirando nesse vale de lágrimas. ninguém te ouve, as palavras ecoam pelas paredes da minha mante. batem e voltam. rotas desalinhadas. a dor começa.

escorre pelos olhos, pelo nariz, pela alma. todos os orifícios inundados. o alarme ressoa. é hora de cair no profundo sono. sem sonhos, sem cores, sem sons. sem nada. apenas a escuridão. amanhã é outro dia, eu sei.

despertam os nervos, ariscos. pentelham-me a alma, enquanto penteio-me o cabelo. sou sujeito e paciente.

inicia-se a repetição diária. pia, vazo, roupa, vazo, sapato, cozinha. o que a noite guardou para mim? notícias mundanas. nada está escrito da forma que queríamos. a vida é injusta, caros. principalmente às 05:39 da manhã. como-me. escovo-me. sou paciente de mim mesma. paciente da rotina.

a um passo da porta, vem mamãe. apressada, meio tonta ainda pelo sono:
"filha, não esquece o sorriso, que o mundo lá fora tá frio"

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